Accountability e Justiça Ambiental

Anatomia da Irresponsabilidade Corporativa

de Marijane Lisboa

Não há uma boa tradução para o português do substantivo inglês accountability, usado para se referir a empresas e mesmo a governos que adotem boas práticas de gestão e assumam responsabilidade por seus atos. Frequentemente tal palavra aparece na publicidade de grandes empresas, inclusive – e talvez principalmente – na daquelas que não adotam boas práticas de gestão e se recusam a reparar os danos que provocam ao meio ambiente e às comunidades afetadas.

Justiça ambiental, por sua vez, é a percepção de que as injustiças ambientais não atingem todos os grupos humanos da mesma forma, mas oneram especialmente aqueles vulnerabilizados do ponto de vista social, econômico e político. Sim, dificilmente veremos um bairro rico de alguma de nossas cidades lutando para impedir que se instale na sua vizinhança um incinerador de resíduos domésticos, uma fábrica química ou mesmo que se destruam seus parques arborizados. Há sempre uma escolha muito cuidadosa dos lugares onde instalar atividades industriais especialmente danosas. Não é só importante que haja acesso fácil a fornecedores dos insumos necessários e a mercados consumidores, já que isso se pode construir, mas, principalmente, que se encontre comunidades pobres, sem força política e econômica, de preferência de grupos minorizados e cujos governantes sejam facilmente subornáveis e cooptáveis. Muitas vezes estamos diante de um racismo ambiental, ou seja, da escolha de vítimas que são alvo de racismo em suas sociedades. São questões como essas que permeiam os filmes do eixo Accountability e Justiça Ambiental da 13ª Mostra Ecofalante de Cinema.

Leia o texto na íntegra sobre os filmes dessa temática!

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