16 de agosto de 2023

Mostra Ecofalante de Cinema realiza itinerância em Guaratinguetá

Festival acontece de forma gratuita em diversos espaços culturais e educacionais da cidade

* evento acontece de 22 de agosto a 1 de setembro

* sessões acontecem no CEU Dr. José Aguiar Marins, no Auditório Frei Galvão, no Espaço Multiuso, no Senac Guaratinguetá e diversos outros locais de exibição

* programação inclui títulos assinados por Bruno Jorge, Jorge Bodanzky, Juliana Vicente, Lucas Bambozzi, Takumã Kuikuro e Thiago Zanato 

* filmes premiados no Festival do Rio, no Festival de Brasília, na Mostra Ecofalante e na Mostra Internacional de São Paulo

* exibições para estudantes, sessões infantis e formações de educadores completam a programação

Entre os dias 22 de agosto e 1 de setembro, a cidade de Guaratinguetá receberá a itinerância da 12ª edição da Mostra Ecofalante de Cinema, considerada como o mais importante evento audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais. Totalmente gratuita, a programação contará com a exibição de mais de 20 filmes, incluindo obras premiadas em festivais nacionais e internacionais, destaques da edição mais recente da Mostra Ecofalante em São Paulo e sessões para o público infanto-juvenil. 

As exibições abertas ao público serão realizadas no Espaço Multiuso (22 a 24/08), no Auditório Frei Galvão (25 a 27/08), no CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados Dr. José Aguiar Marins (25 a 29/08) e no Senac Guaratinguetá (30/08 a 01/09). A Mostra terá ainda sessões educacionais na Fatec Guaratinguetá, na Etec Prof. Alfredo de Barros Santos, na EMEF Prof Maria Júlia, na EMEF Prof Alcina Soares Novaes, na EE Conselheiro Rodrigues Alves e na EE Sylvio José Marcondes, além de exibições para cerca de 8 mil alunos da rede municipal de ensino no Espaço Multiuso e no Auditório Frei Galvão.

A sessão de abertura da Mostra Ecofalante será realizada no dia 22 de agosto, às 20h, no Espaço Multiuso. O filme exibido será “Amazônia, a Nova Minamata?”, obra mais recente do consagrado cineasta Jorge Bodanzky, que acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral.

“Amazônia, a Nova Minamata?”, de Jorge Bodanzky

Segundo Chico Guariba, diretor da Ecofalante, “A Mostra chega pela primeira vez a Guaratinguetá graças ao patrocínio da BASF. Além de promover um evento aberto para toda a população, nós buscamos realizar parcerias com a prefeitura e com o setor de ensino para fazer um trabalho educacional mais profundo na cidade. Procuramos também ampliar os pontos de exibição para democratizar o acesso ao evento, em especial nos bairros Jardim do Vale e Engenheiro Neiva”.

O apoio da BASF ao festival se dá pela importância do tema na companhia. Para Patrick Silva, Diretor do Complexo Químico da BASF, o cinema é uma ferramenta poderosa para expandir as possibilidades de educação ambiental para as novas gerações, aprofundando seu entendimento sobre o mundo atual. “A mostra pode ser de grande impacto para cada um desses jovens, além de oferecer uma gama de obras reconhecidas nacionalmente. Dentro de nossas estratégias de engajamento social com as comunidades próximas, há uma preocupação em gerar valor social, financeiro e ambiental para todos”, declara.

Além de projetos com incentivo fiscal para patrocínio, a BASF também fomenta com recursos próprios projetos de impacto social. Em 2022, quase 600 mil pessoas foram beneficiadas pelas 197 ações de engajamento social da BASF na América do Sul. O impacto partiu tanto da rede de parceiros da empresa, como também de seu programa de voluntariado, que conta com cerca de mil colaboradores em todo o continente.

A programação completa da Mostra Ecofalante em Guaratinguetá pode ser acessada no site ecofalante.org.br/programacao.

“Escute: A Terra Foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro

Destaques da programação

A programação da Mostra Ecofalante em Guaratinguetá inclui dois filmes cuja estreia mundial aconteceu na 12ª edição do festival, realizada em São Paulo no mês de junho. “Escute: A Terra foi Rasgada”, de Cassandra Mello e Fred Rahal Mauro, retrata uma aliança histórica entre três povos indígenas em defesa de seus territórios. “Cinzas da Floresta”, de André D’Elia, mostra a importância das brigadas voluntárias de combate a incêndios florestais no Brasil no contexto de mudanças climáticas e descontrole dos incêndios na Amazônia. 

A luta dos povos indígenas tem forte presença nos filmes da programação. “A Invenção do Outro”, de Bruno Jorge, vencedor dos prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante, retrata a maior expedição das últimas décadas na Amazônia realizada pela Funai para tentar encontrar e estabelecer o primeiro contato com um grupo de indígenas isolados da etnia dos Korubos, em estado de vulnerabilidade.

Lavra”, de Lucas Bambozzi, também foi premiado pela escolha do público na 11ª edição do festival. O documentário híbrido investiga as consequências do maior crime ambiental do Brasil: o rompimento da Barragem do Fundão na cidade de Mariana, em 2015.

“Lavra”, de Lucas Bambozzi

A questão racial também está presente em diversos filmes do evento. “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato, foi escolhido como o melhor filme da Competição Latino-Americana pelo público da 12ª Mostra Ecofalante e também premiado no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo. Neste longa-metragem, um professor nigeriano e sua comunidade lutam para provar que seu deus Exu não é o diabo, frente aos ataques à liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil. “Diálogos com Ruth de Souza”, de Juliana Vicente, traça uma cinebiografia daquela que inaugura a existência de atrizes negras em palcos, televisão e cinema no Brasil. Por sua vez, o carioca “Rolê – Histórias dos Rolezinhos”, de Vladimir Seixas, retrata o movimento de ocupações nos shoppings que escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social. 

“Exu e o Universo”, de Thiago Zanato

Entre os filmes internacionais, destacam-se “Filhos do Katrina”, de Edward Buckles Jr., documentário que dá voz a jovens expulsos de suas casas pelo Furacão Katrina e abandonados pelo governo, e “The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma”, de Shannon Walsh, filme que traz histórias de trabalhadores de entrega e transporte por aplicativos.

O evento conta ainda com curtas-metragens que receberam prêmios de júri e de público na 12ª Mostra Ecofalante: “Quem de Direito”, de Ana Galizia, que mostra a organização popular pelo acesso à terra no território do vale do Guapiaçu (Cachoeiras de Macacu, Rio de Janeiro) e as mobilizações recentes contra um projeto de barragem na região; “A Febre da Mata”, de Takumã Kuikuro, uma denúncia contra as queimadas na Amazônia; e “Paulo Galo: Mil faces de um homem leal”, de Iuri Salles e Felipe Larozza, um retrato do ativista que ganhou destaque com o movimento dos entregadores antifascistas.

“The Gig Is Up: O Mundo É uma Plataforma”, de Shannon Walsh

Para o público infanto-juvenil, a Mostra exibe quatro animações, incluindo uma produção nacional e três francesas. “Meu Nome é Maalum”, de Luísa Copetti, conta a história de uma menina negra brasileira que enfrenta os desafios de uma sociedade racista e, com a ajuda de sua família, transforma a tristeza em orgulho por sua ancestralidade. Em “Vanille”, de Guillaume Lorrin, uma pequena parisiense embarca numa aventura cheia de mistérios em Guadalupe e faz as pazes com suas origens. “A Viagem do Príncipe”, dirigida por Jean-François Laguionie e Xavier Picard, mostra as aventuras e os preconceitos enfrentados por um príncipe numa terra estrangeira, de cultura e hábitos diferentes e que se construiu em oposição à natureza. Já “Zarafa”, de Rémi Bezançon e Jean-Christophe Lie, traz a história da amizade entre Maki, de apenas 10 anos, e Zarafa, uma girafa órfã. 

Formação de educadores

A Mostra Ecofalante realiza ainda, no dia 16 de agosto, uma formação gratuita para educadores da rede pública de ensino em parceria com a Secretaria Municipal de Educação de Guaratinguetá. Espera-se atingir um público de até 60 profissionais, entre diretores, vice-diretores, coordenadores e professores.

Com o tema “O audiovisual como caminho para a transformação socioambiental”, a formação apresenta aos educadores diferentes metodologias e estratégias para exploração aprofundada e contextualizada de obras audiovisuais de temática socioambiental, estimulando a criação de programas e projetos que dialoguem com os desafios reais de sua escola, comunidade e território.

“Vanille”, de Guillaume Lorrin

A itinerância da 12ª Mostra Ecofalante de Cinema em Guaratinguetá é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O evento é uma apresentação da BASF, tem patrocínio da Taesa e apoio da Drogasil e da Valgroup. Tem apoio institucional da Prefeitura Municipal de Guaratinguetá (por meio da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria Municipal de Educação), da Embaixada da França no Brasil, do Programa Ecofalante Universidades e do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

Serviço

Mostra Ecofalante de Cinema – Itinerância Guaratinguetá
22 de agosto a 1 de setembro
programação gratuita
ecofalante.org.br

Locais de exibição

CEU – Centro de Artes e Esportes Unificados Dr. José Aguiar Marins
Avenida João Rodrigues Alckmin, 1589 – Parque do Sol

Auditório Frei Galvão
Praça Conselheiro Rodrigues Alves, 48, 1º andar – Centro

Espaço Multiuso
Praça Condessa de Frontin, S/N, Centro

Senac Guaratinguetá
Av. Dr. João Batista Rangel Camargo, 50 – Centro