26 de agosto de 2021

Destaques do fim de semana (27 a 29/08)

A 10ª Mostra Ecofalante de Cinema, que acontece entre os dias 11 de agosto e 14 de setembro de forma online e gratuita, traz 101 filmes de 40 países, além de debates com convidados especiais e entrevistas exclusivas.

A programação deste fim de semana conta com o debate “Comunidades Pesqueiras em Risco: Sobrepesca, Empreendimentos e Aquecimento Global” no sábado, estreias de filmes das temáticas Ativismo e Povos&Lugares, além de novas chances de assistir a filmes dos eixos Trabalho e Biodiversidade, da Competição Latino-Americana e do programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência. Confira os destaques!

“Softie”, de Sam Soko

Na sexta-feira (27/08), às 15h, o filme queniano “Softie”, do cineasta e ativista Sam Soko, estreia no Panorama Internacional Contemporâneo e fica disponível por três dias. Premiado por sua montagem no Festival de Sundance, o documentário segue o percurso de um fotógrafo, famoso por retratar a violência política do país, que se aventura na política para levar seu ativismo a um novo patamar. 

No mesmo horário, também no Panorama Internacional Contemporâneo, dois filmes da temática Trabalho voltam para uma segunda exibição. Produção da República Tcheca dirigida por Jindřich Andrš, “O Último Turno” acompanha a difícil transição de um mineiro de meia idade em busca de uma nova profissão, após o fechamento da última mina da República Tcheca. O filme ficará disponível durante 2 dias. Já Mulheres de Farda, de Deirdre Fishel, voltará por apenas 24 horas; o longa foi selecionado nos importantes festivais de Tribeca e DOC NYC ao focalizar as histórias das mulheres policiais em Minneapolis (EUA) que tentam restaurar a confiança na comunidade. 

Na Competição Latino-Americana, também às 15h, dois filmes voltam para a programação por mais 2 dias. A dupla Marília Hughes e Cláudio Marques, do internacionalmente laureado “A Guerra do Algodão”, aborda em Sobradinho as lembranças de uma idosa, ex-moradora de uma cidade inundada por uma barragem na década de 1970 no interior do estado da Bahia. Já Gilson, curta premiado de Vitória Di Bonesso, mostra a desigualdade social através da trajetória de um entregador de aplicativo de delivery que precisa trabalhar durante a pandemia da covid-19.

O programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência conta com o filme Mataram Meu Irmão, que também entra a partir das 15h e fica disponível por 3 dias. Vencedor do prêmio de melhor filme brasileiro e prêmio da crítica no festival É Tudo Verdade, o documentário de 2013 reconstitui detalhes da morte do irmão do diretor Cristiano Burlan, em uma jornada pessoal que revela certos padrões no círculo da violência atuante nos bairros da periferia paulistana. 

“Pesca Roubada”, de Gosia Juszczak

No sábado (28/08), às 19h, acontece o debate do eixo Povos&Lugares – “Comunidades Pesqueiras em Risco: Sobrepesca, Empreendimentos e Aquecimento Global“, que contará com a presença de Beatrice Padovani, Carlos Alberto Pinto dos Santos, Maria José Honorato Pacheco e mediação de Ana Paula Prates. O debate terá interpretação em Libras e será transmitido ao vivo pelo canal da Mostra Ecofalante no Youtube.

O filme que será o ponto de partida do debate, “Morning Star“, de Nantenaina Lova, estreia no mesmo dia, às 15h, e fica disponível durante 3 dias. Coprodução entre Madagascar e a Ilha da Reunião selecionada para o IDFA-Amsterdã, a obra focaliza uma vila, uma comunidade e uma cultura em vias de desaparecer por conta da mineração.

No mesmo horário, estreia no Panorama Internacional Contemporâneo o filme Pesca Roubada, de Gosia Juszczak, que ficará disponível por três dias. Uma coprodução Reino Unido/Polônia/Espanha, o curta-metragem lança um olhar sensível para a população pobre na Gambia, país africano onde pescadores e outros trabalhadores são afetados pelo extrativismo e pelo neocolonialismo chinês. 

Ainda no Panorama, às 15h, dois filmes do eixo Biodiversidade voltam para mais dois dias de exibição. Vencedor do importante festival ambiental norte-americano Wild & Scenic, Baleias Enredadas, de David Abel, é uma produção norte-americana que trata dos esforços para proteger da extinção as baleias francas do Atlântico Norte. O alemão Era Uma Vez Um Lago, de Daniel Asadi Faezi, premiado no Festival de Innsbruck, é uma abordagem poética sobre um lago no norte do Irã transformado em terra estéril e coberta de sal.

Na Competição Latino-Americana, dois filmes também voltam para mais dois dias de exibição a partir das 15h. Nũhũ Yãg Mũ Yõg HãmEssa Terra é Nossa!” discute como a chegada dos brancos impactou severamente a vida dos povos indígenas. A produção, que tem direção assinada por Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu e Roberto Romero, conquistou o prêmio de melhor filme da competição internacional no Festival de Sheffield. No curta Topawa, de Kamikia Ksedje e Simone Giovine, mulheres Parakanã (grupo que habita entre os rios do Tocantins e do Xingu) lembram do contato com os brancos a partir do trabalho de tecer redes com o fio do tucum, uma palmeira que cresce formando touceiras densas. 

No programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência,  Atos dos Homens também entra na programação às 15h e fica disponível por mais 4 dias. Selecionado para o Festival de Berlim, o documentário dirigido por Kiko Goifman (de “Bixa Travesty”), registra moradores da região da Baixada Fluminense logo após uma chacina na região. 

“Até o Anoitecer”, de Maja Novaković

O domingo (29/08) conta com três estreias do eixo Povos&Lugares no Panorama Internacional Contemporâneo, que ficarão disponíveis a partir das 15h e poderão ser acessados durante três dias. O suíço Sapelo, de Nick Brandestini, focaliza a ilha de mesmo nome no estado da Georgia (Estados Unidos), que abriga comunidades afrodescendentes em desaparecimento. A obra foi vencedora do prêmio de melhor longa-metragem no Festival Visions du Réel, melhor documentário, melhor direção e prêmio especial do júri no Festival BendFilm (Oregon, EUA) e de melhor documentário no Festival Ojai da Califórnia. Produção da Sérvia, Até o Anoitecer, de Maja Novaković, acumulou premiações em eventos nos Estados Unidos, França, Alemanha, Suíça, Irã e Eslovênia ao retratar com poesia amarga a vida cotidiana nas colinas isoladas do país através de duas mulheres idosas. Já o italiano Omelia Contadina, de JR e Alice Rohrwachter, apresenta uma performance de camponeses que trazem trechos de textos de Pier Paolo Pasolini e Rachel Carson e foi vencedor do prêmio de melhor curta-metragem estrangeiro no Festival de Valladolid. 

Mais dois filmes da temática Trabalho voltam para novas exibições a partir das 15h. Noite Adentro, de Loira Limbal, investiga o fenômeno das creches norte-americanas que funcionam 24 horas por dia, resultado das extensas jornadas em diferentes empregos da população. O longa-metragem ficará disponível durante 24 horas. Filipiñana, de Rafael Manuel, será exibido por mais dois dias. O filme aborda a estratificação rígida da sociedade filipina a partir de uma jovem trabalhadora de um sofisticado clube e venceu o prêmio de melhor curta-metragem no Festival de Berlim. 

Na Competição Latino-Americana, dois filmes brasileiros retornam para mais dois dias de exibição a partir das 15h. O impacto ambiental com a chegada do complexo portuário e industrial em Pernambuco está no centro de Território Suape, de Cecilia da Fonte, Laercio Portella e Marcelo Pedroso. O longa retrata ainda a vida na periferia e área rural do Cabo de Santo Agostinho, cidade de maior vulnerabilidade para o jovem negro no Brasil. Já em Janelas Daqui, de Luciano Vidigal e Arthur Sherman, moradores da favela do Vidigal relatam críticas, poesias e reflexões sobre a pandemia da Covid-19.

No programa especial Territórios Urbanos: Segregação, Violência e Resistência, Corpo Delito também volta para a programação às 15h e fica disponível por mais 4 dias. Produção cearense dirigida por Pedro Rocha e selecionada para o Dok Leipzig – Festival Internacional de Documentário e Animação de Leipzig, o filme acompanha o cotidiano de um jovem preso que acabou de passar pela progressão de regime e tem quem se adaptar ao uso de uma tornozeleira eletrônica, com todos os seus passos sendo monitorados.

A programação completa do evento pode ser acessada em nosso folder interativo.