A Lógica Neoextrativista
Na seleção deste ano da temática Povos & Lugares, vários filmes trazem narrativas que remetem a um passado colonial. O assunto é oportuno pois há, no mundo, uma tendência em certos países do sul global a se voltarem plenamente para a exploração de seus recursos naturais a qualquer custo. Como diz o historiador Paulo Henrique Martinez no texto da temática, “Não há colonialismo (…) sem a transformação do espaço, de sua organização para outras funcionalidades, adequadas aos propósitos da economia mundial, no passado e no presente”.
O filme Mil Incêndios, dirigido pelo diretor britânico-palestino Saeed Naji Farouky, retrata a realidade de uma família de pequenos agricultores em Myanmar que largam o plantio para se dedicar à extração manual de petróleo. O filme será exibido antes do debate "A Lógica Neoextrativista", às 18h30.
O Debate irá acontecer no Reserva Cultural, no dia 28 de julho, quinta-feira, às 20h00. Para a discussão, além do público presente, contaremos com os seguintes convidados:
Professor no Departamento de História da Faculdade de Ciências e Letras de Assis da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Desenvolve atividades regulares de ensino, pesquisa e extensão universitária nas áreas de história ambiental, patrimônio e museus, história política e historiografia brasileira. Autor de A vida e o mundo: meio ambiente, patrimônio e museus, A dinâmica de um pensamento crítico: Caio Prado Júnior (1928-1935), História Ambiental no Brasil, e organizador de História ambiental paulista.
Regiane Oliveira, jornalista e historiadora. Tem mestrado em direitos humanos no Programa Erasmus Mundus, da União Europeia, com pesquisa sobre reparação em caso de trabalho análogo à escravidão no Brasil. Trabalhou na cobertura de economia e políticas públicas em veículos Gazeta Mercantil, Brasil Econômico e El País. Atualmente, atua como coordenadora de comunicação no Instituto Alana, organização socioambiental que trabalha na defesa e promoção dos direitos das crianças e adolescentes.
Possui graduação em História pela Universidade de São Paulo, mestrado e doutorado em História Econômica pela Universidade de São Paulo e pós doutorado pelo Instituto de Estudos Brasileiros – IEB. É professora do curso de História da Universidade Estadual de Londrina. Escreveu os livros Paisagens sobrepostas: índios, posseiros e fazendeiros nas Matas de Itapeva (1723-1930), O aldeamento de Itapecerica. De fins do século XVII a 1828, e junto com Zuleika Alvim A água no olhar da história. Publicou capítulos de livros e artigos sobre história ambiental e paisagem.