(I)mobilidades globais e criminalização da migração: os efeitos da política de expulsão na vida de mulheres migrantes no Brasil
- sex 06.jun - 20:30 RESERVA CULTURAL, SALA 2 • Avenida Paulista, 900 - Bela Vista
O fenômeno migratório figura como uma das questões mais importantes (e urgentes) da contemporaneidade. Atualmente, ele é marcado por uma intensificação dos fluxos em razão de fatores diversos: conflitos armados, guerras, crises econômicas e desemprego, desastres ambientais, mas também impulsionados pelo desejo humano de viver melhor. Além disso, ele também é caracterizado pelo agravamento de políticas racistas anti-imigrantes, que criam novas barreiras para o direito de migrar, ampliando a criminalização desse fenômeno por meio de medidas como a deportação e a expulsão.
O Brasil não está apartado dessa realidade. Assim, no dia 6 de junho, sexta-feira, às 20h30, no Reserva Cultural, realizaremos o debate “(I)mobilidades globais e criminalização da migração: os efeitos da política de expulsão na vida de mulheres migrantes no Brasil”. A partir da história da migrante sul-africana Nduduzo Siba, que esteve presa no Brasil e desde 2017 enfrenta uma portaria de expulsão emitida pelo Ministério da Justiçal, vamos discutir os impactos dessas políticas na vida de mulheres migrantes. O encontro aborda temas como migração, gênero, encarceramento em massa, racismo estrutural e o direito à ressocialização após o cárcere, refletindo sobre as intersecções entre esses processos e as políticas migratórias à luz dos direitos humanos e da Lei de Migração do Brasil.
O debate acontece logo após a sessão de estréia do documentário Antes do Último Vôo (2025, 70'), de Natália Keiko, exibido às 19h15, na mesma sala. O filme acompanha a trajetória de Nduduzo que inicia uma promissora carreira musical depois de sair da prisão no Brasil. Apesar da visibilidade e reconhecimento que conquistou como artista e ativista das lutas migrantes, ela segue enfrentando, como milhares de migrantes, diversas barreiras para ter seus direitos básicos garantidos, como a liberdade de ir e vir e o direito à regularização migratória.
Para essa conversa, reunimos a própria Nduduzo e representantes do sistema de justiça, movimentos sociais e organizações envolvidas na campanha #NduduzoTemVoz #NduduzoFica, como o Fronteiras Cruzadas, o Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC) e a rede Vidas Imigrantes Negras Importam, cujas atuações buscam fortalecer os direitos migratórios, as lutas antirracistas e a defesa de direitos humanos e de justiça reparatória no Brasil.
Após o debate, haverá uma sessão de encerramento do evento com convidados/as especiais.
Para mais informações, acompanhe a programação da Mostra Ecofalante no nosso site, e nas redes sociais (@mostraecofalante).
Nduduzo Siba é multi-artista sul-africana de raízes Zulu, tendo se apresentado nos principais teatros e espaços culturais da cidade de São Paulo. Atualmente integra o corpo artístico do Teatro Oficina Uzyna Uzona e desenvolve trabalhos como atriz, cantora e professora de dança Zulu. Desde 2018, reúne coletivos e ativistas em torno da Campanha Nduduzo Tem Voz que originou diversos filmes documentários como "Antes do Último Vôo".
Pessoa advogada, asiática e familiar de uma pessoa sobrevivente do cárcere. Atualmente é Coordenadora Geral do Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC), fazendo a gestão das equipes que compõem o Instituto (Mulheres Migrantes, Justiça Sem Muros, Banco de Dados e Comunicação).
Defensora Pública Federal em São Paulo, exerceu o mandato de Defensora Pública Interamericana (2016-2019). Entre os anos de 2021-2024 esteve cedida para atuacao na UMF/CNJ e na Assessoria Internacional do Ministerio de Direitos Humanos. É Doutora em Direito Internacional (USP) e Professora da Universidade Catolica de Brasilia.
Advogada e pesquisadora pós-doc na FFLCH-USP, com especialização em migrações, políticas migratórias e direitos humanos. Doutora em Sociologia pela Unicamp, co-fundadora do “Fórum Internacional Fronteiras Cruzadas” (USP) e integrante da rede “Vidas Imigrantes Negras Importam”.
Escritora, cantora e poeta sul-africana. Integrante do coletivo Sarau LibertArte.
Economista com PhD pela Michigan State University e titulo de Doutor Honoris Causa pela Universidade Catolica de Louvain. Professor titular aposentado da EAESP-FGV, é Deputado Estadual de São Paulo e foi Senador de 1991 a 2015, quando apresentou a proposta da Renda Básica de Cidadania, sancionada em lei em 2004.
É uma educadora, artista plástica e política brasileira. É filiada ao Partido Socialismo e Liberdade. Em 2018 foi eleita deputada estadual por São Paulo, sendo a primeira mulher transgênero da Assembleia Legislativa de São Paulo.
É psicóloga, ativista dos movimentos negro, feminista e LGBT, e política brasileira. É formada em Psicologia pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e em Saúde Coletiva e Atenção Primária pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Em 2020 foi eleita a vereadora mais jovem da história de São Paulo pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
Jornalista e bacharel em direito, escreve e dirige documentários.
Geógrafa, especialista em educação para as relações étnico raciais, educadora popular, Coordenadora Estadual de Formaçao do MNU SP e colaboradora da Amparar - Associação de Amigos e Familiares de Presos. Integra a Marcha das Mulheres Negras de SP. Formadora de profissionais das áreas da educação, saúde, cultura e justiça. É palestrante internacional da questão racial.
É feminista negra, jornalista formada na PUC-SP e mestranda na ECA-USP, na área de Comunicação e Cultura do Programa de Integração da América Latina. Faz parte da Coordenação Nacional do Movimento Negro Unificado, da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo e é fundadora do RUA - Juventude Anticapitalista. Em 2020, foi candidata do PSOL a vereadora da cidade de São Paulo. Em 2022, fez parte da coordenação política da campanha vitoriosa de Lula. Em 2023, é codeputada estadual da Bancada Feminista do PSOL e compõe o Conselho de Participação Social do governo Lula.