Debate sobre "Floresta, Um Jardim Que a Gente Cultiva"
Não é de hoje que os povos indígenas vêm nos alertando sobre a crescente degradação das florestas, dos rios, da fauna. O convívio milenar com os ciclos da natureza os tornam os observadores mais afiados e prescientes. Não é de hoje que os não-indígenas não se prestam a essa escuta. Como superar esse obstáculo já que o poder segue em suas mãos e o tempo de recuperação da terra está se esgotando? "Floresta, Um Jardim Que a Gente Cultiva" desconstrói, pelo olhar indígena em diálogo com a ciência, o discurso ultrapassado sobre povos indígenas e floresta, fruto da colonização que imprimiu uma narrativa que está na origem da destruição da Amazônia.
No
debate que vai acontecer no sábado, 10 de agosto, às 19h30 no Reserva Cultural,
nossos convidados vão conversar com a diretora Mari Corrêa.
O filme será exibido na sessão anterior, às 18h30.
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Para a discussão, contaremos com os seguintes convidados:
André Fernando Baniwa é liderança política do seu povo e referência no movimento indígena do Alto Rio Negro, empreendedor social e escritor, no Amazonas. Em 2015 foi um dos representantes dos povos indígenas brasileiros na 21ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas e desde então, é referência em debates onde expõe as percepções e experiências dos povos indígenas no contexto das mudanças climáticas. Atualmente coordena o Departamento de Promoção da Política Indigenista do Ministério dos Povos Indígenas, em Brasília.
Ailton Krenak, ativista indígena da etnia Krenak, fundou em 1988 a União das Nações Indígenas e, em 1989, o movimento Aliança dos Povos da Floresta. Atualmente, dirige o Núcleo de Cultura Indígena (RESERVA INDÍGENA KRENAK, médio Rio Doce, MG). É Jornalista e escritor, com livros e artigos publicados em diversas línguas, além do português. Sua publicação de 2019, “Ideias para Adiar o Fim do Mundo”, lançado pela Companhia das Letras, foi um dos títulos mais vendidos do ano.
Mari Corrêa é
cineasta e fundadora do Instituto Catitu, onde deu início ao programa de
formação audiovisual de mulheres indígenas como estratégia de empoderamento e
valorização dos saberes femininos. Com 29 anos de experiência de trabalho
audiovisual compartilhado com povos indígenas, também desenvolveu a metodologia
de formação de cineastas indígenas no período em que foi codiretora da
organização Vídeo nas Aldeias, produzindo cerca de 30 filmes de autoria
indígena. Como cineasta seus principais filmes são Xingu, O Corpo e os Espíritos; Vozes
Indígenas; Para Onde Foram as Andorinhas?; Quentura; De Volta à Terra Boa e Pïrínop: Meu Primeiro Contato, premiados em festivais nacionais e
internacionais.
Ricardo Abramovay é professor titular da Cátedra Josué de Castro da Faculdade de Saúde Pública e professor sênior do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo. Fez sua carreira acadêmica no Departamento de Economia da FEA/USP, onde se tornou professor titular em 2001. É autor de Infraestrutura para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Ed. Elefante, 2022) e Amazônia. Por uma Economia do Conhecimento da Natureza (Ed. Elefante, 2020). É coautor líder do capítulo sobre bioeconomia do Painel Científico sobre Amazônia.