4 de abril de 2024

12ª Mostra Ecofalante de Cinema faz itinerância em Santa Maria pela primeira vez

* evento acontece entre os dias 08 e 19 de abril 

* haverão sessões abertas ao público e também sessões fechadas em instituições de ensino fundamental, médio e superior. Ao todo participam 17 instituições. 

* primeira exibição da itinerância acontecerá na Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa 

* programação contará com sucessos da Mostra Ecofalante de Cinema, como Mulheres na Conservação, Um Tempo para Mim, Exu e o Universo e mais

* a programação é gratuita

Entre os dias 08 a 19 de abril, a cidade gaúcha de Santa Maria recebe, pela primeira vez, uma itinerância da mais recente edição da Mostra Ecofalante de Cinema, considerado o mais importante evento audiovisual da América do Sul dedicado às temáticas socioambientais. As exibições acontecerão em diferentes instituições, havendo sessões abertas ao público e sessões fechadas para estudantes. A programação é gratuita. 

A programação da itinerância da Mostra Ecofalante em Santa Maria conta com a exibição de 25 filmes, incluindo curtas e longas-metragens premiados em festivais nacionais e internacionais e que foram destaques da 12ª Mostra Ecofalante, ocorrida em junho, em São Paulo. 

A primeira sessão da itinerância acontece na Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa. Já as sessões abertas ao público geral terão início no dia seguinte, a partir de 09/04, e acontecerão na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma). Todas as exibições que acontecem na Universidade Franciscana (UFN) e nas diversas instituições de ensino médio e fundamental da cidade são fechadas para seus estudantes. 

Ao todo, 17 instituições receberão a itinerância da Mostra Ecofalante em Santa Maria. Entre as escolas que participarão das exibições, estão: Escola Estadual de Ensino Fundamental Dr. Antônio Xavier da Rocha, Colégio Estadual Manoel Ribas, Colégio Estadual Professor Edna May Cardoso, Escola Básica Estadual Cícero Barreto, Escola Básica Estadual Érico Veríssimo, Escola Estadual de Educação Básica Irmão José Otão, Escola Estadual de Ensino Médio Cilon Rosa, Escola Estadual de Ensino Médio Dr Walter Jobim, Escola Básica Estadual Dr Paulo Devanier Lauda Centro Integrado de Edu. Pública, Colégio Fátima, EMEF Duque de Caxias, EMEF Maria de Lourdes Ramos Castro, EMEF Pão dos Pobres Santo Antônio e EMEF CAIC Luizinho De Grandi. 

A programação completa da Mostra Ecofalante em Santa Maria poderá ser acessada em ecofalante.org.br/programacao.

Cena do filme “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato.

Destaques da programação

Os destaques da programação da itinerância da 12ª Mostra Ecofalante em Santa Maria são filmes que fizeram grande sucesso na última edição do festival em São Paulo. Entre as produções que serão exibidas na Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria (Cesma), que serão abertas ao público geral, está o documentário brasileiro “Mulheres na Conservação”. O longa-metragem foi premiado como Melhor Longa Metragem no Female Film Festival, abordando o protagonismo das mulheres na ciência. Assinada pela jornalista Paulina Chamorro e pelo fotógrafo João Marcos Rosa, a obra retrata sete mulheres pesquisadoras que lutam pela conservação da biodiversidade no país. Participam as pesquisadoras Barbara Pinheiro, Beatriz Padovani, Flavia Miranda, Marcia Chame, Maurizélia de Brito e Silva, Neiva Guedes e Patricia Medici. 

Outra produção de destaque é o curta-metragem gaúcho “Um Tempo para Mim”, da diretora Paola Mallmann, que trata da transformação de uma jovem indígena e das tradições do povo mbya guarani. O filme levou os troféus de melhor direção e melhor direção de arte no Festival Guarnicê, no Maranhão.

Também será exibido em Santa Maria um sucesso da última edição do festival: “Exu e o Universo”, de Thiago Zanato, escolhido como o melhor filme da Competição Latino-Americana pelo público da 12ª Mostra Ecofalante e também premiado no Festival do Rio e na Mostra Internacional de São Paulo. O documentário desfaz preconceitos em torno da figura de Exu, divindade presente em religiões de matriz africana, e se coloca contra os ataques à liberdade de culto e ao racismo sistêmico no Brasil.

As sessões que acontecerão na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) também serão abertas ao público geral. Serão exibidos os longa-metragens “Rolê – história dos rolezinhos”, de Vladimir Seixas, que fala sobre a mobilização em shoppings no Brasil que envolveu milhares de jovens nos últimos anos; e “Para onde voam as feiticeiras”, que discute a importância da resistência política através das alianças de luta comum entre coletivos LGBTQIA+, negritude, indígenas e trabalhadores sem teto.

Já as exibições na Universidade Franciscana (UFN) são exclusivas para alunos da instituição. Lá serão debatidos temas como trabalho e racismo, com a obra brasileira de João de Mari, “Como Se Fossem Máquinas”; e o automatismo da vida moderna através do curta-metragem alemão “Auto-Fitness”, dirigido por Alejandra Tomei e Alberto Couceiro.

Cena do filme “Rolê – história dos rolezinhos”, de Vladimir Seixas.

Programação para turmas de ensino médio 

Além de contemplar as produções “Mulheres na Conservação” e “Um Tempo para Mim”, as sessões fechadas voltadas a turmas de ensino médio poderão discutir gênero e luta indígena através do filme “Mensageiras da Amazônia: Jovens Munduruku Usam Drone e Celular para Resistir às Invasões”. Dirigido pelo Coletivo Audiovisual Munduruku Daje Kapap Eypi e por Joana Moncau, o filme retrata  três mulheres munduruku que divulgam as denúncias dos indígenas para além das margens do rio Tapajós. 

Para tratar a temática racial, contaremos com os filmes “Ser Feliz no Vão” e “Terras que Libertam”. A primeira obra, assinada por Lucas H. Rossi dos Santos, trata de um ensaio racial sobre ocupação de espaços. Já o curta “Terras que Libertam”, de Diosmar Filho e  Harrison Araújo, apresenta a trajetória da população negra quilombola na Chapada Diamantina. 

Já na discussão sobre trabalho, consumo e vida moderna, traremos a produção alemã “Auto-fitness”. Premiado pelo Festival de Berlim, Festival de Havana e Festcurtas BH, o curta-metragem é uma reflexão sobre nossa relação diária com o dinheiro e com o tempo. 

Consumo também é tema do documentário “Descarte”, dirigido por Leonardo Brant. A produção brasileira fala sobre o drama social do lixo, apresentado a partir de histórias inspiradoras de artistas, designers, artesãos e ativistas que transformam materiais recicláveis.

Por fim, a Mostra também tratará sobre como a revolução digital está impactando nossa sociedade, nosso cérebro e nossa saúde mental. O longa-metragem internacional “Geração Z” debate o tema através de entrevistas com especialistas e pela lente da nova geração. 

Cena do filme “Sobre amizade e bicicletas”, de Julia Vidal.

Programação para turmas de ensino fundamental 2 

Já nas sessões fechadas voltadas para turmas de ensino fundamental 2, teremos filmes como “Jussara”. A animação brasileira, dirigida por Camila Cordeiro Ribeiro, fala sobre memória e ancestralidade negra através da vida de uma contadora de histórias. 

O curta-metragem brasileiro “Entre Muros”, assinado por Gleison Mota, discutirá a temática do preconceito e da desigualdade através da história de um filho de empregada doméstica que passa as férias ajudando sua mãe no trabalho, em um condomínio de luxo. 

A questão racial é trazida para discussão através da animação franco-belga “Zarafa”, que fala sobre escravidão e preconceito através da história de amizade entre Maki, de apenas 10 anos, e Zarafa, uma girafa órfã. 

Já a produção “Sobre amizade e bicicletas”, que foi premiada como Melhor Filme na 21ª Mostra de Cinema Infantil de Florianópolis, discutirá acessibilidade e inclusão ao narrar a história Thiago, um menino que é encorajado a participar de uma corrida de bicicletas a partir de seu contato com Cecília, uma menina com deficiência visual. 

Além disso, as turmas deste nível educacional também poderão contemplar sessões de  “Um Tempo para Mim” e conhecer costumes e tradições mbya guarani a partir da direção de Paola Mallmann. 

Cena de “Meu Nome é Maalum”, da diretora brasileira Luísa Copetti.

Programação para turmas de ensino fundamental 1

Para os alunos de turmas no ensino fundamental 1, a itinerância em Santa Maria tratará uma série de animações para discutir questões socioambientais.  

Abordando a temática racial pela perspectiva infantil, serão exibidas as animações “Vanille”, dirigida pela francesa Guillaume Lorrin, e “Meu Nome é Maalum”, da diretora brasileira Luísa Copetti. Ambos os curtas passam pelas trajetórias de meninas negras que se conectam à sua ancestralidade como motivo de orgulho. 

Já o filme “Aurora – A Rua Que Queria Ser Rio”, premiado como Melhor Direção de Arte na 25ª edição do Cine PE – Festival de Curtas do Recife, irá trazer questões sobre urbanização e água através de uma reflexão sobre o passado da rua Aurora . 

Em “Teo, o menino azul”, dirigido por Hygor Amorim, somos confrontados com questões sobre paz e redução das desigualdades através da história de um menino inconformado com os problemas do mundo e com o egoísmo da humanidade. Já a  importância da conscientização e ação ambiental são temas centrais na animação “O Menino Terra”, também assinado por Hygor Amorim.

Já a questão indígena será coberta por três diferentes animações. “Caminho dos Gigantes”, de Alois Di Leo, é uma produção brasileira que explora as forças da natureza e a nossa conexão com a terra e seus elementos. Enquanto isso, “Mitos Indígenas em Travessia”, dos diretores Julia Vellutini e Wesley Rodrigues, compartilha seis histórias dos tempos antigos das etnias Kuikuro, Javaé e Kadiwéu. Por fim, a animação francesa “Yakari, uma jornada fantástica” trará a história de uma criança indígena da tribo Sioux que parte para uma aventura desconhecida. 

Realização

A itinerância da Mostra Ecofalante de Cinema em Santa Maria é viabilizada por meio da Lei de Incentivo à Cultura. O evento tem apresentação da Taesa, patrocínio  da BASF e apoio da Drogasil. Tem apoio institucional da Prefeitura de Santa Maria, Governo do Rio Grande do Sul, Cesma, Cineclube da Boca, Cineclube Lanterninha, Embaixada da França e Ministério do Meio Ambiente. A produção é da Doc & Outras Coisas e a coprodução é da Química Cultural. A realização é da Ecofalante e do Ministério da Cultura.

Serviço

Mostra Ecofalante de Cinema – Itinerância Santa Maria 

08 a 19 de abril

Programação gratuita –  ecofalante.org.br

Atendimento à imprensa

ATTi Comunicação e Ideias – Eliz Ferreira e Valéria Blanco

(11) 3729.1455 / 3729.1456 / 9 9105.0441

Redes sociais

facebook.com/mostraecofalante 

twitter.com/mostraeco 

youtube.com/mostraecofalante 

instagram.com/mostraecofalante 

Programação

09/04, terça-feira, 9h 

Auditório do Prédio 67 – UFSM 

Rolê – história dos rolezinhos

(Vladimir Seixas | Brasil | 2021 |  82 min) 

Os “rolezinhos” em shoppings no Brasil mobilizaram milhares de pessoas nos últimos anos. Essa forma inusitada de manifestação escancarou as barreiras impostas pela discriminação racial e exclusão social. Acompanhe, neste documentário, a vida e as lembranças de três personagens negras que enfrentaram situações traumáticas de racismo e participaram das ocupações em shoppings. Descubra os sonhos, a beleza, a poesia, a arte e a política de uma geração que encontrou novas maneiras de lidar com a violência vivida, promovendo um intenso debate pelo país.

Classificação indicativa da sessão: 14 anos

11/04, quinta-feira, 8h 

Salão de Atos, conjunto III – Universidade Franciscana  

Como Se Fossem Máquinas

(João de Mari | Brasil | 2018 | 28 min) 

Documentário que discute a escravidão contemporânea na construção civil – “Sabe-se que hoje não se encontra mais a figura do antigo escravo negro, acorrentado a uma bola de ferro. Porém, esse é o estereótipo que aparece no imaginário das pessoas” – e seu terrível impacto na vida dos trabalhadores.

Classificação indicativa da sessão: livre

11/04, quinta-feira, 19h 

Salão Azul conjunto I – Universidade Franciscana  

Auto-Fitness

(Alejandra Tomei e Alberto Couceiro | Alemanha | 2015 | 21 min)

Ser ou não… ter tempo de ser? O filme é uma poesia labiríntica sobre o automatismo humano. Uma reflexão sobre nossa relação diária com o dinheiro e com o tempo, uma animação tragicômica que brinca com o conceito da constante e penetrante aceleração. Um filme sobre a opressiva loucura cotidiana e o automatismo em que somos forçados a viver, trabalhar, respirar, pensar e: existir. Uma paródia da já antiga “vida moderna”.

Classificação indicativa da sessão: livre 

12/04, sexta-feira, 19h 

Auditório da Cesma

Exu e o Universo

(Thiago Zanato | Brasil | 2022 | 85 min)

No Brasil, país onde a liberdade de culto está sob ataque e o racismo é sistêmico, um professor nigeriano e sua comunidade lutam para provar que seu deus Exu não é o diabo. Exu e o Universo é um filme sobre a descolonização do pensamento e a influência do povo Iorubá no Brasil e ao redor do mundo.

Classificação indicativa da sessão: 10 anos

13/04, sábado, 11h  

Auditório da Cesma

Mulheres na Conservação

(Paulina Chamorro e João Marcos Rosa | Brasil | 2023 | 46 min)

Mulheres na Conservação lança um olhar delicado e sensível sobre a vida e o trabalho de sete heroínas da luta ambiental. O documentário faz um recorte desse universo feminino que está à frente de ações e estudos sobre Conservação e Meio Ambiente no Brasil.

Classificação indicativa da sessão: livre

13/04, sábado, 10h 

Auditório da Cesma

Um Tempo para Mim

(Paola Mallmann | Brasil | 2022 | 21 min)

Florência fica menstruada pela primeira vez no mesmo dia em que ocorre um eclipse da Lua. Ela é criada pela avó e segue a rotina e os costumes de sua tradição mbya guarani. Recolhida do convívio social, Florência vive uma transformação.

Classificação indicativa da sessão: livre

16/04, terça-feira, 9h 

Auditório do Prédio 67 – UFSM 

Para onde voam as feiticeiras 

(Eliane Caffé, Carla Caffé, Beto Amaral| Brasil | 2020 | 89 min)

Para onde voam as feiticeiras acompanha a deriva de encenações e improvisos de sete artistas pelas ruas do centro de São Paulo em uma experiência cinematográfica que torna visível a persistência de preconceitos arcaicos de gênero e raça no imaginário comum. No centro desta narrativa polifônica está a importância da resistência política através das alianças de luta comum entre coletivos LGBTQIA+, negritude, indígenas e trabalhadores sem teto.

Classificação indicativa da sessão: 14 anos