17 de março de 2021

Ecofalante lança a Ecofalante Play, plataforma de streaming exclusiva para programa educacional

Mais de 130 filmes de temática socioambiental ficarão disponíveis gratuitamente para uso estritamente educacional

Ecofalante Play já nasce com centenas de professores e instituições de ensino parceiras 

Programa Ecofalante Universidades atende instituições públicas e privadas de ensino médio, técnico e superior de todo o país

A Ecofalante, organização da sociedade civil que atua nas áreas de cultura, educação e sustentabilidade, lança no dia 17 de março sua nova plataforma de streaming, a Ecofalante Play

Totalmente gratuita, a plataforma será exclusiva para professores, educadores e instituições de ensino que desejam utilizar o cinema como ferramenta para discutir questões socioambientais contemporâneas em sala de aula.

O acervo da Ecofalante Play conta com mais de 130 filmes brasileiros e internacionais que abordam temas como emergência climática, consumo, cidades, energia, conservação, economia, trabalho e saúde, entre outros. As obras são selecionadas a partir da curadoria da Mostra Ecofalante de Cinema, evento que acontece anualmente desde 2012 e é hoje o maior festival de cinema com temática socioambiental realizado na América do Sul, tendo atingido um público de mais de 500 mil pessoas desde sua primeira edição.

Além de organizar a Mostra, a Ecofalante desenvolve projetos de cunho educacional ao longo do ano, exibindo filmes e organizando debates e formações de professores em escolas,  universidades e equipamentos culturais. A plataforma Ecofalante Play vem para adaptar essas atividades à nova realidade de distanciamento social e para ampliar e democratizar o acesso aos conteúdos oferecidos pela organização.

O Custo do Transporte Global“, de Denis Delestrac

Ecofalante Play

A nova plataforma surge no contexto da pandemia, onde as atividades a distância são priorizadas. 

Em 2020, a Mostra Ecofalante de Cinema foi pela primeira vez realizada por streaming e a demanda foi enorme, com a participação de mais de 200 mil pessoas que assistiram aos filmes e debates em quase 1.800 municípios do Brasil. Durante o evento, ocorreu uma importante participação das universidades – os professores programaram dezenas de debates a partir dos filmes que eram exibidos na Mostra Ecofalante de Cinema. Essa participação estimulou a criação da plataforma para atender diretamente o setor educacional de todo o país, democratizando ainda mais o acesso aos filmes e ao debate socioambiental.  

Para utilizar a Ecofalante Play, os professores precisarão realizar, na própria plataforma, um cadastro vinculado à sua instituição de ensino, podendo assim ter acesso ao catálogo de filmes e agendar uma sessão. 

Breakpoint: Uma Outra História do Progresso”, de Jean-Robert Viallet

Destaques 

Entre os filmes que estarão disponíveis na nova plataforma, destacam-se produções premiadas em diversos festivais ao redor do mundo e que foram sucesso na edição mais recente da Mostra Ecofalante de Cinema. 

No eixo Emergência Climática, a produção francesa que rodou inúmeros festivais internacionais “Breakpoint: Uma Outra História do Progresso”, dirigida por Jean-Robert Viallet, analisa 200 anos de desenvolvimento para fornecer uma visão alternativa de nossa história do progresso. “A Era das Consequências” (EUA) investiga, pelas lentes da Segurança Nacional norte-americana, os impactos das mudanças climáticas em conflitos ao redor do mundo, revelando como a escassez de água e alimentos, a seca, as condições climáticas extremas e a elevação do nível do mar funcionam como “catalisadores de conflitos”. O filme é assinado por Jared P. Scott, mesmo diretor de “A Grande Muralha Verde”, documentário produzido por Fernando Meirelles. Já “Obrigado, Chuva” (Noruega/Reino Unido) é assinado por Julia Dahr, eleita pela Forbes como uma das 30 personalidades jovens que estão definindo a mídia mundial. A cineasta acompanha um pequeno agricultor queniano para registrar os impactos das mudanças climáticas e a obra foi selecionada para os festivais IDFA – Amsterdã, CPH:DOX e Hot Docs.

Obrigado, Chuva”, de Julia Dahr

O tema Consumo conta com “Ladrões do Tempo”, uma coprodução Espanha/França dirigida por Cosima Dannoritzer que investiga como o tempo se tornou uma nova fonte cobiçada. Premiada no United Nations Association Film Festival, a obra ouve especialistas para revelar o quanto a monetização do tempo, por um sistema econômico agora predominante, afeta a vida cotidiana. Temos ainda o canadense “Beleza Tóxica”, de Phyllis Ellis, exibido no festival HotDocs – um documentário contundente sobre a falta de regulação da indústria cosmética e sobre o verdadeiro custo da beleza; e “O Custo do Transporte Global”, coprodução entre a Espanha e a França dirigida pelo vencedor de mais de 30 prêmios internacionais Denis Delestrac, que faz uma audaciosa investigação sobre o funcionamento e a regulamentação da indústria de transporte oceânico – que movimenta 90% dos bens que consumimos -, assim como os impactos socioambientais ocultos.

Na temática Campo, o filme “Os Despossuídos” (Canadá/Suíça), dirigido por Mathieu Roy como um misto de cinéma vérité e ensaio audiovisual, promove uma jornada impressionista que nos revela, em uma era de agricultura industrializada, a luta diária da classe camponesa faminta. “Dolores” (EUA), de Peter Bratt, ganhou repercussão no Festival de Sundance e premiações em São Francisco e Seattle ao focalizar Dolores Huerta, líder trabalhista e uma das mais importantes ativistas dos direitos civis da história dos Estados Unidos. O austríaco “Espólio da Terra”, de Kurt Langbein, retrata investidores globais tanto em seu discurso sobre economia sustentável e prosperidade quanto em suas contradições: despejos, trabalho escravo e fim dos pequenos proprietários.

Espólio da Terra”, de Kurt Langbein

Já na categoria Povos Tradicionais destaca-se produção brasileira “Amazônia Sociedade Anônima”, na qual o diretor Estêvão Ciavatta focaliza índios e ribeirinhos que, em uma união inédita liderada pelo Cacique Juarez Saw Munduruku, enfrentam máfias de roubo de terras e desmatamento ilegal para salvar a floresta Amazônica. O documentário “Resplendor”, de Claudia Nunes e Erico Rassi, ganhou o Prêmio do Público de Melhor Curta na 9ª Mostra Ecofalante ao retratar um capítulo ainda muito obscuro da nossa história: a existência de um centro de detenção indígena, na cidade de Resplendor (MG), chamado Reformatório Krenak. “Martírio”, dirigido por Vincent Carelli em colaboração com Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida, busca as origens do genocídio praticado contra os índios Guarani Kaiowá. A produção foi premiada no Festival de Brasília, na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e no Festival de Mar del Plata. 

Programa Ecofalante Universidades

A plataforma Ecofalante Play faz parte do Programa Ecofalante Universidades, criado em 2017 com o objetivo de levar para o ambiente educacional uma seleção de filmes que incitam a reflexão e o debate sobre questões atuais da realidade brasileira e mundial. O programa atende instituições públicas e privadas de ensino médio, técnico e superior de todo o país.  A partir dele, a Ecofalante proporciona às instituições parceiras acesso aos conteúdos audiovisuais, técnicos e educacionais que são utilizados em atividades dos três pilares: ensino, pesquisa e extensão. Criado para atender inicialmente o estado de São Paulo, a partir de 2021 o programa passa a ter abrangência nacional.

Martírio”, de Vincent Carelli, Ernesto de Carvalho e Tatiana Almeida

“Já no segundo ano da Mostra Ecofalante de Cinema o setor educacional nos procurou para firmar parcerias”, informa Chico Guariba, diretor da Mostra Ecofalante de Cinema e coordenador do Programa. Segundo ele, “no começo foram os colégios privados da cidade de São Paulo, que nos procuravam para levar filmes da nossa curadoria para exibição nas escolas e incluí-los em seus currículos. Simultaneamente, professores e alunos de Etecs (Escola Técnica Estadual de São Paulo) começaram a frequentar as itinerâncias da Mostra Ecofalante de Cinema no interior do estado. Procuramos o Centro Paula Souza e firmamos um Termo de Cooperação Técnica-Educacional, o que permitiu levar os conteúdos audiovisuais da Mostra para as salas de aula e auditórios das Etecs e das Faculdades de Tecnologia do Estado de São Paulo (Fatecs).” 

Com a ampliação crescente da Mostra Ecofalante de Cinema – que passou de um público de quatro mil pessoas em 2012 para mais de 200 mil em 2020 -, o interesse do setor educacional também se expandiu. O número de exibições seguidas de debates com a participação de especialistas e docentes tornou a Mostra cada vez mais conhecida no setor educacional.

Guariba acrescenta que “a partir de 2016, grupos de professores quiseram levar recortes da curadoria da Ecofalante para organizar programações nas universidades. A relação evoluiu rapidamente e começaram a ser criadas disciplinas estruturadas com conteúdos audiovisuais da Mostra Ecofalante de Cinema.” A primeira foi a disciplina “Economia, Sociedade e Meio Ambiente na Produção Audiovisual Contemporânea”, organizada pela professora Mariana Fix, do Instituto de Economia da Unicamp. “A disciplina foi um sucesso e percebemos que havia uma mudança de qualidade na relação da Ecofalante com as universidades. Estávamos começando a fornecer conteúdos para para os três pilares das universidades: ensino, pesquisa e extensão. Assim, surgiu o Programa Ecofalante Universidades”. 

“Dolores”, de Peter Bratt

Hoje, a Ecofalante possui Termos de Cooperação Técnica-Educacional com todas as universidades públicas no estado de São Paulo – USP, Unicamp, Unesp, UFABC, Unifesp e UFSCar –  e realiza anualmente centenas de sessões de filmes seguidas de debates em parcerias com dezenas de instituições de ensino no país. 

O Programa Ecofalante Universidades vem fomentando a realização de Mostras promovidas pelas instituições, exibições de filmes em aulas e encontros técnicos, a criação de disciplinas, cursos, mini cursos e projetos de extensão. “Não existe uma única fórmula, as relações são construídas de forma customizada com cada professor e instituição, de acordo com os diferentes projetos educacionais e respeitando as realidades regionais. Acho que é por isso que o programa está crescendo e dando certo”, esclarece Guariba.

O Programa Ecofalante Universidades é viabilizado através da Lei de Incentivo à Cultura e tem patrocínio do Valgroup e da Colgate. É uma produção da Doc & Outras Coisas e realização da Ecofalante, do Ministério do Turismo, Secretaria Especial da Cultura e do Governo Federal.

Acesso à plataforma

https://play.ecofalante.org.br/

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