A Mostra Ecofalante de Cinema preparou extensa programação durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), evento que acontece de 10 a 21 de novembro.
A programação apresenta em Belém, sede da COP30, a exibição de trabalhos em realidade virtual, no Sesc Doca, e um debate sobre a importância de vozes negras e indígenas, na área oficial da Conferência. Programas especiais de filmes ocupam as grades das emissoras TV Cultura e TVE Bahia, enquanto mostras cinematográficas se espalha pelo país através do circuito de salas conveniadas com o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) e de municípios participantes do Programa Município Verde Azul, da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil). Por sua vez, a plataforma de streaming Ecofalante Play disponibiliza o catálogo “Emergência Climática e COP 30”.
Mais detalhes a seguir.
Realidade virtual em Belém
No novo Sesc Doca, em Belém, a mostra Ecofalante Apresenta Realidade Virtual na COP30 fica em cartaz de 7 a 21 de novembro, com entrada franca.
Na programação está “Amazônia Viva” (10 min), do diretor Estevão Ciavatta, uma experiência imersiva pela região do Rio Tapajós utilizando filmagens em 360° para desvendar um dos lugares mais importantes do planeta e, assim, aproximar a Amazônia cada vez mais das pessoas.
Outros cinco trabalhos têm assinatura do artista multimídia Tadeu Jungle. “Fogo na Floresta” (7 min) é um documentário de curta-metragem realizado em realidade virtual sobre o povo Waurá. Já “Rio de Lama” (10 min) focaliza o rompimento da barragem da Samarco em Mariana (MG) e o que restou da vila de Bento Rodrigues, contrapondo a paisagem arrasada com as alegres memórias de seus moradores. Em “Fazedores de Florestas” (9 min), o realizador mergulha na experiência do Instituto Socioambiental – ISA e da Rede de Sementes do Xingu que juntou pessoas, conhecimentos e sementes nativas para recuperar áreas. “Maravilhas Naturais do Brasil” (6 min) explorando parques nacionais brasileiros e a floresta amazônica. “Cativeiro” (8 min) aborda o tráfico de animais silvestres. Na trama, um pai compra um pássaro e presenteia a família. O animal, retirado da natureza por bandidos, foi traficado sem anilha.
Ecofalante na TV Cultura
Durante os domingos de novembro, sempre às 18h30, a TV Cultura transmite a faixa Mostra Ecofalante, com seis produções brasileiras cujas temáticas dialogam com temas ligados aos povos indígenas, mudanças do clima, lixo, agro e economia sustentável. A programação vai ao ar aos domingos.
“Floresta – Um Jardim que a Gente Cultiva” (2023, 43 min), de Mari Corrêa, questiona o que a vida das cidades tem a ver com a vida dos indígenas e é exibido em 2/11. No domingo seguinte, 9/11, a atração é o filme “Descarte” (2021, 52 min), no qual o diretor Leonardo Brant aborda o drama social do lixo. Em 16/11, o premiado internacionalmente “Sob a Pata do Boi” (2018, 49 min), de Márcio Isensee e Sá, investiga como a expansão da pecuária na Amazônia, a partir da década de 1970, contribuiu para o desmatamento da floresta, transformando-a em pastagens.
Já em 23/11 é a vez de “Parceiros da Floresta” (2022, 48 min), de Fred Rahal Mauro, é um filme-manifesto por uma nova visão de economia florestal sustentável e inclusiva, evidencia o potencial econômico da floresta em pé. Um programa duplo encerra o ciclo em 30/11, com obras dirigidas por Mari Corrêa: “Quentura” (2018, 36 min) documenta mulheres indígenas em suas roças, casas e quintais, revelando seu vasto universo de conhecimentos, enquanto “Para Onde Foram as Andorinhas?” (2015, 22 min) registra como os indígenas do Xingu são afetados pelas mudanças no clima e o aumento do calor. Na região, árvores não florescem mais, o fogo se alastra queimando a floresta, cigarras não cantam mais anunciando a chuva.
Ecofalante na TVE Bahia
Com transmissão nos dois primeiros finais de semana de novembro, a faixa Mostra Ecofalante de Cinema na TVE Bahia: Especial COP30 reúne quatro longas-metragens brasileiros produzidos na atual década.
Vencedor do prêmio de melhor documentário internacional no Big Syn International Film Festival, de Londres, “Escute: A Terra Foi Rasgada” (2023) abre a programação em 1º/11, às 21h00. A obra aborda a luta e o pensamento dos povos Yanomami, Munduruku e Kayapó contra os impactos da exploração de ouro em seus territórios. Assinada por Cassandra Melo e Fred Rahal Mauro, a obra de 81 minutos foi produzida em parceria com o Instituto Socioambiental (ISA) e a Aliança em Defesa dos Territórios.
Cartaz no domingo, 2/11, às 22h30, “Mapear Mundos” (2024, 74 minutos), de Mariana Lacerda, articula 30 anos de imagens e vídeos do Instituto Socioambiental (ISA) com testemunhos atuais para rememorar os passos dados por organizações da sociedade civil, em um contexto de ditadura militar (1964-1985).
Em “Fé Pelo Clima” (2022, 65 min), com exibição em 8/11, às 21h, o diretor Pedro Carcereri reúne 13 para discutir a crise climática sob a perspectiva de suas espiritualidades e vivências. Encerrando a programação, em 9/11, às 22h30, “Parceiros da Floresta” (2022, 48 minutos), de Fred Rahal Mauro, apresenta o potencial econômico, social e ambiental de uma nova economia florestal no mundo.
Ecofalante e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA)
“Mostra CTV Ecofalante: A COP é Aqui”, uma parceria entre a Ecofalante e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática (MMA), que promove de 1 a 21 de novembro apresentações de filmes, seguidas de debate, em diferentes regiões do país. As obras discutem temas da COP30, como “Povos e Comunidades Tradicionais” e “Justiça Climática e Energia”.
Esta ação é destinada para espaços exibidores do Circuito Tela Verde (CTV), Salas Verdes, Unidades de Conservação do ICMBio, Centros de Educação Ambiental do Ibama e outras instituições que trabalham com Educação Ambiental. No total, somando todos estes locais, estão sendo convidados a participar mais de 700 espaços.
Um dos títulos presentes é o curta-metragem de animação “Vellozia” (2023, 13 min), de Pedro de Castro Guimarães, no qual os protagonistas lutam contra os desafios do aquecimento global.
catálogo Emergência Climática e COP30 na plataforma Ecofalante Play
A Ecofalante Play, plataforma de streaming voltada a professores e educadores, disponibiliza de 20/10 a 21/11 um catálogo de filmes cujas temáticas se relacionam aos temas transversais da COP30: emergência climática; Amazônia; povos tradicionais; direitos humanos; bioeconomia; e economia circular.
O catálogo é composto por 26 títulos, entre curtas e longas-metragens e séries. A seleção está organizada em seis diferentes faixas de ensino: educação infantil, ensino fundamental 1, ensino fundamental 2 (6º e 7º anos), ensino fundamental 2 (8º e 9º anos), ensino médio e ensino superior. Seu objetivo é promover debates e reflexões sobre alguns dos temas, incentivando a conscientização e a ação em relação às mudanças climáticas.
Um dos títulos incluídos no catálogo é “Os Filhos do Katrina” (EUA, 2022, 79 min), longa-metragem que discute racismo ambiental a partir das consequências do furacão Katrina e foi vencedor do prêmio de diretor revelação para Edward Buckles Jr. no prestigioso Festival de Tribeca.
debate na Blue Zone da COP30
No dia 18/11, às 14h30, a Ecofalante promove na Blue Zone, a área oficial da COP 30, em Belém, um debate com o tema “Narrativas nas Telas: Cinema, Mídia e Vozes Indígenas e Negras na Luta pela Justiça Climática e Contra a Desinformação Climática”.
O encontro acontece no Pavilhão de Climate Live & Entertainment + Culture Pavilion, e reúne com as presenças do influenciador digital Tukumã Pataxó, o ator e dramaturgo Adanilo, e os cineastas e ativistas Samara Borari, Estevão Ciavatta, Joyce Cursino e Samara Assunção.
Mostra de Cinema Semil Ecofalante: COP30
A Mostra Ecofalante de Cinema e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil) promovem, de 20 a 31/10, um circuito de exibição de filmes de conteúdo socioambientais em 83 municípios paulistas.
A Mostra de Cinema Semil Ecofalante: COP30 exibe dois títulos: a animação infantil “Kigalinha” (2022, 20 min), de Gabriel Justo e Felipe Santana, acompanha uma galinha ciborgue que vem do futuro com a missão de buscar ajuda para evitar as consequências do aquecimento global no planeta; já o documentário “Parceiros da Floresta” (2022, 48 min) é definido por seu diretor, Fred Rahal, como um “filme-manifesto” por uma nova visão de economia florestal sustentável e inclusiva como estratégia para mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
