20 de abril de 2018

Mostra Ecofalante realiza Seminário de Cinema e Educação em parceria com o SESC

Nos dias 29 e 30 de maio, a Ecofalante realizará o Seminário de Cinema e Educação em parceria com Sesc. A atividade faz parte do calendário da 7ª Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental.

O objetivo do evento é mapear o que hoje se tem discutido e pesquisa do a respeito dos usos do cinema nos processos educativos, seja em contextos de educação formal (em escolas de ensino fundamental e médio) ou não formal, o que inclui projetos de oficinas e cursos livres oferecidos por instituições culturais (públicas e particulares), ONGs e outras entidades engajadas na utilização do cinema nos processos de formação do indivíduo. Desta forma, este seminário não só se propõe a ser um espaço de encontros e trocas, mas, ao mesmo tempo, oferece a possibilidade da exposição de um panorama do estado da arte deste tema no Brasil, reunindo os principais atores envolvidos nesse importantíssimo debate.

“Há muito tempo tínhamos o desejo de realizar um evento onde se pudesse discutir questões em torno do tema cinema e educação. Este seminário foi concebido a partir de densa pesquisa e da experiência e engajamento da Ecofalante na área, e tomou forma graças a parceria com o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc. Estamos ansiosos para os debates que irão contar com pesquisadores e profissionais que são referência na área de cinema e educação”, comenta Chico Guariba, diretor geral da Mostra.

Confira a programação para os dois dias de evento e quem são os palestrantes:

 

1º Dia – 29/05/2018

10h- Abertura

10h20- Conferência de abertura: O cinema como pedagogia para uma formação cidadã

A escola tende a normalizar enquanto a arte é, por definição, o elemento perturbador, aquilo que há de enigmático e imprevisível dentro de qualquer estrutura social. Quando considerado deste ponto de vista, o cinema não foge a este preceito e é, justamente, aí que reside sua vocação para a alteridade. Mas de que maneira essas duas instâncias, a regra e o imponderável, podem se harmonizar e o educador servir como intermediador nesse processo?

Palestrantes:

Cezar Migliorin: Professor de Cinema da UFF. Coordenador do projeto nacional de cinema, educação e direitos humanos: Inventar com a Diferença. Publicou, entre outros, Inevitavelmente Cinema: educação, política e mafuá e Cartas sem resposta.

12h- Almoço

13h15- Mesa 1 – A produção audiovisual como processos educativos e emancipatórios

Um filme pode ser encarado “apenas” como um objeto ou enquanto a marca final de um processo criativo. De acordo com este último sentido, o cinema não poder ser apreendido sem que o “fazer” esteja presente. Seria, precisamente, esta dimensão do processo de aprendizado aquela capaz de estimular a imaginação, reforçar a autoconfiança, engajando os alunos em seu próprio processo emancipatório. Inúmeras são as experiências que se valem desta pedagogia intrínseca ao fazer cinematográfico e esta mesa propõe o diálogo com algumas delas.

Vincent Carelli: Cineasta e indigenista, fundou, em 1986, o Vídeo nas Aldeias: projeto que apoia as lutas dos povos indígenas para fortalecer suas identidades e seus patrimônios territoriais e culturais por meio de recursos audiovisuais.

Bete Bullara: Formada em Cinema pela UFF, fotógrafa, curadora de mostra e festivais, secretária executiva do Cineduc, dedica-se à área de Cinema e Educação desde 1975, realizando cursos, oficinas, criando materiais didáticos e publicações

Jorge Bodanzky: Cineasta e fotógrafo. Dirigiu clássicos como Iracema, Uma Transa Amazônica (1974), Jari (1979) e O Terceiro Milênio (1980). Também atuou como diretor de fotografia em Hitler, IIIº Mundo (José Agrippino de Paula, 1968) e O Profeta da Fome (Maurice Capovilla, 1969), entre outros. Atua igualmente ministrando oficinas de cinema em diversos âmbitos.

14h50- Intervalo

15h05- Mesa 2 – Regulamentação: a garantia do acesso aos filmes em sala de aula (Lei 13006/14 e direitos autorais)

O cinema está presente nas escolas, este é um fato, ainda que, muitas vezes, isso se deva ao engajamento pessoal de certos educadores. Com a aprovação da Lei 13006/14, que obriga as escolas a exibirem ao menos duas horas mensais de filmes nacionais aos seus alunos, isso deve mudar. Mas, para além da discussão em torno da regulamentação deste dispositivo, de que maneira a legislação de direitos autorais poderá dar conta de ser aplicada neste contexto?

Adriana Fresquet: Professora Associada da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Rio de Janeiro. Coordena o grupo CINEAD do Laboratório de Educação, Cinema e Audiovisual. É membro fundador da Rede Kino: Rede Latino-Americana de Educação, Cinema e Audiovisual.

João Batista da Silva- A CONFIRMAR: Atual Secretário Nacional do Audiovisual (SAv/MinC), trabalha na formulação e gestão de políticas públicas para o setor audiovisual há mais de 20 anos. É administrador de empresas por formação e pós-graduado em administração pública e economia.

Francisco C. Martins: Roteirista e Diretor formado na ECA-USP. Presidente da Associação Paulista de Cineastas, de 2005 a 2009 e atual vice-presidente. Fez comerciais, documentários e filmes de ficção, sendo o último Maria – não esqueça que eu venho dos trópicos.

Rodrigo Chacon: Formado em Direito pela PUC-SP e pós-graduado em Direito do Entretenimento, Mídia e Propriedade Intelectual na Escola Superior de Direito da OAB, advoga na área audiovisual do escritório Cesnik, Quintino e Salinas Advogados.

17h00: Término 1º dia

2º Dia – 30/05/2018

10h- Abertura

0h20

Mesa 3 – Projetos de Educação em Instituições de Preservação Audiovisual

Atividades de formação do olhar para o cinema são praticamente inerentes à missão histórica de instituições de difusão de filmes de repertório, tais como cineclubes e cinematecas, que tendem a olhar para as películas preferencialmente enquanto obras de arte. Algumas instituições, inclusive, colocam essas atividades pedagógicas no centro de sua missão, é o caso por exemplo, da Cinemateca francesa. No Brasil, há iniciativas nesse sentido, que apresentamos nesta mesa, porém há também ainda muita resistência e dificuldades a serem enfrentadas.

Maria Angélica dos Santos: Graduada em Ciências Sociais (UFRGS), Especialista em Alfabetização para as Classes Populares e Projetos Sociais e Culturais (UFRGS). Trabalha na Cinemateca Capitólio, SMC/Porto Alegre. Tem publicações na área do Cinema e Educação.

Hernani Heffner: Conservador audiovisual e professor de História do Cinema. Em 1996, ingressou na Cinemateca do MAM-RJ, passando pela Curadoria de Documentação e Pesquisa e assumindo em 1999 o cargo de Conservador-Chefe do Arquivo de Filmes.

Ana Dillon: Mestre em Didática da Imagem pela Universidade Paris 3, sob orientação de Alain Bergala. Fundadora da associação RAIAR – Redes de Ações e Interações Artísticas e do Programa Imagens em Movimento, sócia da Panapaná Produções Artísticas.

12h00- Almoço

13h15- Mesa 4 – O cinema como pedagogia para uma formação cidadã: diálogos entre cinema e educação

Por que utilizar o cinema em sala de aula em detrimento de outras artes? Qual é a peculiaridade específica da obra fílmica? Por que e como promover o encontro dos alunos com o cinema? O que se pode efetivamente ensiná-los sobre os filmes? Essas são algumas das relevantes questões que, hoje, estão na pauta dos educadores engajados em levar o cinema para a sala de aula e que os palestrantes desta mesa se propõem a discutir.

Carlos Miranda: Professor da Programa de Pós-Graduação em Educação da Faculdade de Educação da Unicamp, pesquisador vinculado ao Laboratório de Estudos Audiovisuais OLHO FE/UNICAMP; coordenador da Rede Kino.

Inês Teixeira: Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais; Doutora em Educação (UFMG); Profa Titular da Faculdade de Educação da UFMG. Co-organizadora da Coleção “Educação, Cultura e Cinema” (Ed. Autêntica) e da Seção “Educar o Olhar” (Revista Presença Pedagógica)

Marcos Napolitano: Doutor (1999) e mestre (1994) em História Social pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor de História do Brasil Independente e docente-orientador no Programa de História Social da USP

Moira Toledo: Cineasta, mestre pela PUC-SP, doutora pela ECA-USP-SP, pós-doutora em Educação pela UFRJ. Atua desenvolvendo, lecionando e/ou coordenando projetos de educação audiovisual e de formação de professores para o uso do audiovisual.

15h15- Intervalo

15h30- Mesa 5 – Cinema, Educação e Meio-ambiente (Lei 9.795/99 da Educação Ambiental)

As disciplinas que tratam de meio ambiente talvez sejam as que, tradicionalmente, mais se valem do uso dos filmes em sala de aula a fim de propor debates aos alunos em torno de temas específicos. A utilização que fazem do cinema tem, portanto, normalmente, uma abordagem mais instrumental. Desta forma, a questão que inevitavelmente se coloca é como ir além do uso “conteudista” do cinema nessas disciplinas. Além disso, como ele pode contribuir para a Política Nacional de Educação Ambiental.

Antonio Carlos Rodrigues de Amorim: Professor e pesquisador no Laboratório de Estudos Audiovisuais – Olho, da Faculdade de Educação da Unicamp. Pós-doutor pelo Goldsmiths College da Universidade de Londres, com projeto de estudos sobre cinema experimental e filosofias da diferença.

Pedro Roberto Jacobi: Professor titular Instituto Energia e Ambiente da USP. Editor da revista Ambiente e Sociedade. Membro do Conselho Brasileiro do Greenpeace. Presidente do Conselho do ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade – América do Sul.

Edson Grandisoli: Diretor educacional da Reconectta. Biólogo, Ecólogo e doutorando em Educação para a Sustentabilidade pelo PROCAM-USP.

17h05- Término

As inscrições para participar do Seminário de Cinema e Educação serão abertas no dia 24 de abril no site do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc-SP.

Te esperamos lá!