29 de abril de 2019

Competição Latino-Americana – Confira os filmes selecionados!

A cada edição da Mostra Ecofalante, a Competição Latino-Americana seleciona os melhores filmes de temática socioambiental da América-Latina. Este ano, entre mais de 400 inscrições, foram selecionados 24 filmes, entre longas e curta-metragens.

Além de serem exibidos durante a Mostra, os filmes concorrerão a Melhor Longa-Metragem Pelo Júri – com prêmio de R$ 15.000,00; Melhor Curta-Metragem Pelo Júri – com prêmio de R$ 5.000,00 e Melhor Filme Pelo Público.

yover - selecionados competição latino-americana

“Yover”, de Edison Sanchez

 

Confira a lista dos filmes selecionados:

 

Longas

GIG – A Uberização do Trabalho (dir. Carlos Juliano Barros, Caue Angeli, Maurício Monteiro Filho, Brasil, 2019, 60’)

O trabalho mediado por aplicativos e plataformas digitais cresce no mundo todo. Mas o avanço da chamada “Gig Economy”, fenômeno também conhecido no Brasil por “uberização”, vem despertando debates sobre a precarização e a intensificação do trabalho numa sociedade cada dia mais conectada.

Filhos de Macunaíma (dir. Miguel Antunes Ramos, Brasil, 2019, 90’)

Três famílias indígenas vivem na cidade de Boa Vista, no norte do Brasil. Enquanto Maria se despede da mãe, que não fala português e adoece na aldeia, vê o filho Daniel se tornar evangélico e recusar as tradições indígenas de sua família. Teuza procura na Guiana uma vida mais intensa do que aquela que possui no Brasil e vive se deslocando, entre festas, problemas familiares e buscas de trabalho. Arlen, indígena policial e morador de um conjunto habitacional na periferia, tenta voltar para a aldeia onde sua família mora, enquanto lida, a seu modo, com a violência e outros problemas da vida na cidade. Três histórias de trânsito, deslocamento e identidade, três personagens em busca de si mesmos, vivendo pela beirada a maior crise da história do Brasil.

Lapü (dir. Juan Pablo Polanco, César Alejandro Jaimes, Colômbia, 2019, 75’)

Amanhece no deserto de La Guajira e Doris, uma jovem Wayúu, acorda inquieta em sua rede. Ela teve um sonho que não sabe interpretar e, ao contá- lo à sua avó, entende que sua prima, que morreu há vários anos, está pedindo para que ela exume seus restos mortais e enterre-os novamente no cemitério da família, na alta Guajira. Este ritual, chamado de Segundo Enterro, é o evento mais importante na vida de um Wayúu e um processo de catarse que fará com que Doris entre em contato direto com a morte, o mundo espiritual e as memórias de sua prima.

O quadrado perfeito (dir. Pablo Bagedelli, Argentina, 2018, 61’)

Um documentário sobre o mundo da criação de cães de raça pura. Uma fotógrafa de competição mergulha nas memórias de seu falecido marido para nos mostrar seus melhores pódios, um casal narra seus próprios problemas de fertilidade enquanto nos ensina as proporções corretas da cabeça de um poodle, a comissão de juízes da Federação Cinológica Argentina discute modificações no regulamento da instituição… Entre biografias, sprays para o pelo, escritórios e teorias genéticas, é revelado todo um sistema que sustenta e reproduz as raças caninas.

O Espanto (dir. Pablo Aparo, Martín Benchimol, Argentina, 2017, 67’)

Em um recôndito povoado da Argentina, os remédios caseiros substituem a medicina tradicional. Toda doença é tratada pelos vizinhos, exceto “o espanto”, uma enfermidade rara que só é curada por um ancião que ninguém se atreve a visitar.

Wiñaypacha (dir. Óscar Catacora, Peru, 2017, 86’)

Esta é a história de Willka e Phaxsi, um casal de idosos com mais de oitenta anos de idade que vive abandonado em uma parte remota dos Andes peruanos, a mais de cinco mil metros de altura. Eles enfrentam a miséria e a passagem inclemente do tempo, orando a seus deuses para que um dia seu único filho venha resgatá-los.

Empate (dir. Sérgio de Carvalho, Brasil, 2018, 90’)

Documentário que dá voz aos protagonistas do movimento seringueiro das décadas de 70 e 80, no Estado do Acre. O que é um empate? “É uma forma de luta que nós encontramos para impedir o desmatamento. A gente se coloca diante dos peões e jagunços, com nossas famílias, mulheres, crianças e velhos, e pedimos para eles não desmatarem e se retirarem do local. Eles, como trabalhadores, a gente explica, estão também com o futuro ameaçado. E esse discurso, emocionado sempre gera resultados. Até porque quem desmata é o peão simples, indefeso e inconsciente.“ (Chico Mendes. Jornal do Brasil, 13 dias antes de seu assassinato).

Está Tudo Bem (dir. Tuki Jencquel, Venezuela/Alemanha, 2018, 70’)

A dona de uma farmácia, um jovem cirurgião, um ativista social e dois pacientes com câncer enfrentam a falta de medicamentos que está no centro da crise do sistema de saúde da Venezuela. A rotina inclui percorrer diariamente várias farmácias em busca de remédios, que demoram a chegar e nunca vêm em quantidade suficiente, e vasculhar a internet em busca das caixas que sobraram dos pacientes mortos.

Parque Oeste (dir. Fabiana Assis, Brasil, 2018, 70’)

Depois de ser vítima de uma violenta desocupação ocorrida no bairro Parque Oeste, em Goiânia, uma mulher reconstrói sua vida tendo como norte a luta por moradia.

A Camareira (dir. Lila Avilés, México, 2018, 98’)

Eve, uma jovem camareira de um luxuoso hotel da Cidade do México, enfrenta a monotonia de longas jornadas de trabalho com exames silenciosos de pertences esquecidos e amizades que nutrem seu recém-descoberto e determinado sonho por uma vida melhor.

Um Filósofo na Arena (dir. Aaron Fernandez, Jesus Munoz, México/Espanha, 2018, 100’)

Após sua aposentadoria, o filósofo francês Francis Wolff, grande fã de touradas, decide fazer uma viagem pela França, México e Espanha com dois cineastas mexicanos que nada sabem desse mundo que hoje vê seus dias contados. Ao longo da viagem, eles encontrarão vários personagens com os quais refletirão sobre a relação dos seres humanos com os animais e a natureza, assim como nossa relação com a morte e o significado da jornada a que chamamos vida.

Curtas

Alma Bandida (dir. Marco Antonio Pereira, Brasil, 2018, 15’)

Numa pequena cidade no interior do país, jovens sem oportunidade de emprego precisam garimpar pedras em buracos fundos. Dentre vários caminhos até os sonhos a se realizarem, é preciso ter coragem e determinação para tentar vencer na vida. Mas, às vezes, a gente gosta de coisas e pessoas erradas.

32-Rbit (dir. Victor Orozco Ramirez, México/Alemanha, 2018, 8’)

Minha avó estava convencida de que o único animal que comete o mesmo erro mais de duas vezes é o ser humano, e eu estava totalmente convencido de que tudo pode ser resolvido com CTRL+Z. Um ensaio sobre minha internet, um mundo paralelo onde perda de memória, erros, vigilância e dependência turvam a tudo e a todos.

Palenque (dir. Sebastian Pinzon Silva, Colômbia, 2017, 25’)

Guiada por temas que tocam vida e morte e um ritmo musical constante, uma ode a uma pequena cidade que contribuiu imensamente para a cultura e a memória coletiva da Colômbia: San Basilio del Palenque, o primeiro povoado das Américas a se libertar do domínio europeu.

Antes do Lembrar (dir. Luciana Mazeto, Vinícius Lopes, Brasil, 2018, 21’)

Nas primeiras evidências de humanidade no sul do Brasil, encontramos, lado a lado, as partes visíveis e invisíveis de uma história.

Meteorito (dir. Mauricio Sáenz, México, 2018, 15’)

Homens-pássaro sofrem misteriosas quedas em busca do lugar onde nasce o sol. Uma realidade alterada através de ritos que convergem em um objetivo: morrer para gerar vida.

Caçador (dir. Leonardo Sette, Brasil, 2018, 20’)

Após um voo de monomotor sobre a floresta, Nakuá se sente mal ao chegar na aldeia para a qual está se mudando. Sem entender direito o que está sentindo, solitário, Nakuá se consulta com Dr. Bruno e se apresenta como caçador.

Terra Molhada (dir. Juan Sebastián Mesa, Colômbia, 2017, 17’)

Oscar vive com seus avós em uma humilde casa de campo, ameaçada por um grande projeto hidrelétrico. Diante da incerteza e da dor de serem forçados a deixar o local onde nasceram, seus avós decidem acabar com tudo.

À Cura do Rio (dir. Mariana Fagundes, Brasil, 2018, 19’)

Um velho conhecido da etnia Krenak, o Watú – o famoso Rio Doce – está doente. Através de um ritual xamânico, corpo e natureza se unem para um diálogo profético que enxerga a catástrofe, mas também a salvação do rio.

Mesmo com Tanta Agonia (dir. Alice Andrade Drummond, Brasil, 2018, 20’)

É aniversário da filha de Maria. No trajeto do trabalho para a festa, ela fica presa no trem, em função de uma pessoa caída acidentalmente sob os trilhos.

Entremarés (dir. Anna Andrade, Brasil, 2018, 20’)

No chão de lama, mulheres compartilham os seus vínculos e vivências com a maré, a pesca, e a Ilha de Deus.

Yover (dir. Edison Sanchez, Colômbia, 2018, 14’)

Yover tem apenas doze anos, mas precisa trabalhar. Todos os dias ele pedala pelas ruas da nova Bojayá – um povoado sobrevivente do massacre mais sangrento da guerra na Colômbia – e se mantém, roubando da realidade alguns minutos da fantasia e da alegria típicas do mundo das crianças.

Homens e Caranguejos (dir. Paulo de Andrade, Brasil, 2017, 25’)

Josué está apenas começando a abrir os olhos para o espetáculo multiforme da vida e o que ele encontra é um mar de miséria. Ao seu redor, uma paisagem peculiar formada por lama, caranguejos e seres anfíbios, habitantes da terra e da água, meio homens e meio bichos. Seres humanos que se fazem irmãos de leite dos caranguejos e encontram força na maré para resistir, sobreviver, viver.

Cartucho (dir. Andrés Chaves Sánchez, Colômbia, 2017, 55’)

É inédito na história colombiana que um belo bairro colonial, formado por famílias e comércios tradicionais, tenha se tornado lar de milhares de máfias e de pessoas sem-teto. Suas ruas e casas antigas se tornaram centros de crack. Reconstruindo a memória fragmentada do bairro bogotano de El Cartucho, violentamente demolido pelo governo e transformado em um parque estéril em 2001, esta é uma história de degradação que representa uma sociedade que tenta varrer o lixo para debaixo do tapete.