Quem se lembra do primeiro filme que assistiu e marcou a sua vida?
A sétima arte exerce um fascínio nas pessoas. É como se fosse uma caixinha mágica que sempre se transforma e abre novas perspectivas seja na ficção ou no documentário.
E por que não utilizar mais esta ferramenta incrível na educação?
Há 15 anos, a Ecofalante – organização não-governamental – que organiza a Mostra atua na área de educação conectando-a ao cinema e ao meio ambiente. No sétimo ano da Mostra essa conexão com a sétima arte cresceu.
Nos dias 29 e 30 de maio, acontece o Seminário de Cinema e Educação, em parceira com o Centro de Pesquisa e Formação do SESC. O evento tem por objetivo mapear os usos do cinema nos processos educativos na educação formal ou não formal.
O evento reúne educadores, cineastas e pesquisadores e aborda diversas temáticas que vão da pedagogia à legislação que viabiliza o cinema como ferramenta pedagógica.
De 2 a 9 de junho, o workshop “A Prática do Cinema Documental” ministrado pelo cineasta Jorge Bodanzky, na Unibes Cultural, traz ao público maiores conhecimentos sobre a linguagem e a prática do cinema documental. Bodanzky compartilha a experiência de mais de 50 anos de profissão. Autor de filmes como “Iracema, Uma Transa Amazônica” (1974), “Jari” (1979) e “O Terceiro Milênio” (1981), e grande homenageado em 2015 da Mostra Ecofalante de Cinema Ambiental. O curso propõe exercícios teóricos e práticos de maneira a permitir uma efetiva interação entre professor e alunos, possibilitando a estes aplicar preceitos do cinema documental em projetos concretos, sob orientação de um dos mais experientes cineastas brasileiros vivos.
No dia 23 de junho, o workshop “O Audiovisual na Sala de Aula: A Arte a Favor do Meio Ambiente”, acontece no Singularidades, voltado à formação e ao aprimoramento do uso do cinema em processos de educação formal e não-formal, com foco em disciplinas que trabalham com os temas meio ambiente e desenvolvimento sustentável. Ministrado por Edson Grandisoli, diretor educacional da Reconectta, biólogo, ecólogo e doutorando pelo Procam-USP, traz tópicos como o papel das instituições de ensino no enfrentamento dos desafios socioambientais; como trabalhar um filme em sala de aula; o potencial transdisciplinar do cinema e como envolvê-lo em disciplinas diversas.
A Mostra Escola e o Programa Ecofalante Universidades levam exibições e debates para o ambiente de ensino, fomentando ainda mais a interação entre cinema e educação, e a reflexão sobre temas prementes em nossa sociedade. Os projetos, feitos em parceria com as instituições de ensino, dialogam e contribuem com o trabalho já desenvolvido em sala de aula e enriquecem o processo educacional em direção à formação cidadã do aluno.
Com essas atividades a Mostra Ecofalante reforça o que acredita o crítico cinematográfico e acadêmico francês Alain Bergala: “A arte não se ensina, mas se encontra, se experimenta, se transmite por outras vias além do discurso do saber e, às vezes mesmo sem qualquer discurso”.