Virada Sustentável 2019

Superando a Radioatividade

As cicatrizes de catástrofes ambientais causadas pela radioatividade marcam não somente a vida das pessoas atingidas, mas também o planeta, com resíduos cuja data de validade ainda hoje desconhecemos. Das marcas da história a um futuro sem energia atômica, este painel busca discutir a superação da radioatividade de modo definitivo, dentro de nós e para nosso futuro.

Chico Whitaker (Painelista)

Francisco ‘Chico’ Whitaker Ferreira, nascido em 1931, arquiteto/urbanista, trabalhou
em pesquisa social (57/59), no Grupo de Planejamento do Governo Carvalho Pinto
em São Paulo (1959/62). Diretor de Planejamento da Reforma Agrária no Governo
Goulart (1963/64), Assessor de planejamento da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil - CNBB (65/66). Exilado de 1967 a 1981 no Chile e na França. Assessor do
Cardeal D.Paulo Evaristo Arns (82 a 88). Vereador em São Paulo pelo PT (89 a 96).
Secretario Executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz – CBJP (96/2003), Co-
fundador do Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral - MCCE
(Iniciativa Popular da “Lei da Ficha Limpa”). do Fórum Social Mundial (FSM) e da
Coalizão por um Brasil Livre de Usinas nucleares. Entre outros livros, “O Desafio do
Fórum Social Mundial” (publicado em seis idiomas). Premio Nobel Alternativo (Right
Livelihood Award) de 2006.

Kunihiko Bonkohara (Painelista)

Ele tinha 5 anos no dia da explosão atômica em Hiroshima e estava a apenas 2km
do epicentro. Ele estava no escritório do pai que, ao ver o clarão, o empurrou para
debaixo de uma escrivaninha e o protegeu com o corpo. Os dois foram feridos com
estilhaços de vidro. Voltaram para casa, que estava destruída, e foram atingidos pela
chuva negra. A mãe e a irmã mais velha, que haviam sido convocadas para trabalhar
no centro da cidade, morreram e seus corpos nunca foram localizados. Bonkohara
era para estar junto delas. Bonkohara cresceu com a saúde muito frágil. Aos 11 anos
teve tuberculose, na adolescência sofria os efeitos da radiação, como feridas pelo
corpo, tontura, fraqueza e constantes desmaios. Aos 20 anos foi diagnosticado com
um problema cardíaco, achou que viveria somente até os 30, no máximo. Depois
desse diagnóstico, veio para o Brasil. Trabalhou na lavoura, depois foi radialista e se
tornou empresário. Nunca se esqueceu dos horrores que a bomba provocou em sua
família. Hoje, aos 79 anos, luta pela paz em viagens pelo Brasil e pelo mundo, onde
já esteve em quase 50 países propagando a cultura de paz. Realiza com mais 2
sobreviventes da bomba atômica o espetáculo "Os Três Sobreviventes de
Hiroshima" desde 2013 com direção de Rogério Nagai.

Rogério Nagai (Mediador)

Ator profissional, produtor, diretor, empreendedor cultural e empresário. Como ator
trabalhou com nomes importantes do teatro nacional e internacional. Realizou
inúmeras campanhas publicitárias, espetáculos teatrais e participação em novelas.
Cursou pós-graduação em Fundamentos da Cultura e das Artes pelo Instituto de
Artes da UNESP. Atualmente é diretor do espetáculo “Os Três Sobreviventes de Hiroshima”
realizado com 3 sobreviventes reais da bomba atômica de Hiroshima e idealizador
do projeto Sobreviventes pela Paz.

Carlos Juliano Barros

Jornalista e mestre em Geografia pela USP. Colaborador de diversas publicações, como Folha de S. Paulo, BBC Brasil e Rolling Stone, é um dos fundadores da Repórter Brasil, referência nacional no combate ao trabalho escravo e na promoção do trabalho decente. Dirigiu os documentários Carne Osso - O Trabalho em Frigoríficos, Entre os Homens de Bem, Cartas para um Ladrão de Livros e GIG - A Uberização do Trabalho.